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15 de mai. de 2010

Um exemplo de pessoa

“Na noite de 19 de dezembro de 1938, viajava um trem noturno, vindo de Belo Horizonte para o Rio, e entre as estações de Sítio (Antonio Carlos) e a de João Ayres, um cargueiro, que vinha no sentido Rio-BH, chocou-se frontalmente com o noturno, no qual viajavam escoteiros de Belo Horizonte, que rumavam para São Paulo na primeira classe. No acidente, faleceram instantaneamente o Escoteiro Gerson Issa Satuf e o Lobinho Helio Marcos. Então, os escoteiros construíram macas, acenderam fogueiras para facilitar o trabalho noturno de resgate e se mobilizaram para prestar atendimento aos feridos, que foram encaminhados à Santa Casa de Barbacena.

Um dos escoteiros, de 15 anos, era Caio Vianna Martins, que sofreu um trauma na região lombar. Este não parou de trabalhar junto dos demais escoteiros de seu grupo; seus companheiros, percebendo que este não estava bem e vendo que a situação já estava um pouco mais controlada, solicitaram resgate para Caio, que, vendo os feridos, teria proferido as seguintes palavras: ‘Não, não me carreguem na maca, ainda há muitos feridos, um escoteiro caminha com as suas próprias pernas’.

Caio caminhou até o hospital, mas o esforço lhe foi letal, e com sintomas de forte hemorragia interna, faleceu assistido pelos pais no dia seguinte. Foi sepultado no Cemitério do Bonfim, Zona Norte de Belo Horizonte.

Caio Vianna Martins é um símbolo para os escoteiros brasileiros, empresta seu nome à muitas ruas do país e também ao Conjunto Esportivo Estadual de Niterói, aonde o Botafogo costumava mandar seus jogos, o Estádio Caio Martins.

Neste acidente, que ocorreu as 2:05, o socorro, vindo de Barbacena, conseguiu chegar ao local somente as 7 da manhã”.




ACIMA, imagens do desastre do Noturno Mineiro, no Natal de 1938, próximo a João Ayres. “Mais de quarenta cadáveres foram enterrados em Barbacena, para onde foram transportadas as vítimas da catastrphe, sendo muito maior o número de feridos. O desastre deu-se em consequencia de um engavetamente de vagons (carros), cheios de passageiros. Estas photografias mostram a que estado ficaram reduzidas as composições attingidas” (O Malho, 29/12/1938).

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